quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Sid E Spastis


Eu gostava  quando as pessoas ficavam surpresas por saberem quem eu era e por estarem falando comigo. Gostava quando as meninas toscas ficavam com raiva de mim por eu ser que eu era,quando as pessoas me odiavam e ai me conheciam e mudavam de idéia,ou não. Quando eu era padrão de cabelo e de cores e de roupas e de músicas e de filmes e de namorados ...
Eu me orgulhava, pois era quem eu queria ser, sem medo de nada, sem ligar de verdade pra que essas pessoas pensavam. O tempo passou, eu passei e não gostava mais de ser quem eu era, não queria ser ninguém estava longe de tudo que me era conhecido e sentia medo, tanto medo toda hora que me deixei encobrir pelas coisas que agradariam os outros.
Ai eu esbarrei no Sid e alguma coisa nele me fez ter vontade de voltar a ser eu mesma, sem a mascara adaptável a qualquer situação. Voltei a ter opinião própria, livre arbítrio e outras coisas que tinha me esquecido que tinha, não que ele não tenha despertado uma parte ruim de mim, mas é como o canto de Ossanha  :
" Vai vai vai vai amar, vai vai vai vai sofrer"

E era tanta confusão viver com duas partes de mim que não agüentei e pra não ceder voltei onde tudo começou.
Estava com medo de ter voltado de mais pro meu passado mas quando uma pessoa X veio falar comigo e ficou surpreso por saber quem eu era, quando uma mina tosca me virou a cara e quando eu consegui sorrir de verdade e pensar : “Quanta futilidade Spastis.”. Eu percebi que eu era,novamente,quem eu queria ser e que estava preparada pra voltar pra realidade.
E o melhor é que o Sid não tem idéia do bem que me fez .

Como uma criança com medo invado o quarto da minha mãe, no meio da noite, com uma dúvida.
- Vai ficar tudo bem?
...
É assombroso como a gente cresce e algumas dúvidas permanecem iguais.

domingo, 2 de outubro de 2011



Três horas da manhã e por falta de algo melhor pra fazer eu estou dormindo.
Estava, até escutar pancadinhas suaves na minha janela e um sussurro: Spastis...
Achei que estava sonhando e levantei abrir a janela.
 O maior susto da minha vida, conversar com um anjo.

Não um de asas e essas coisas que anjos devem ter, um de carne e osso que pra mim tinha se transformado em anjo já que não o via,não tinha noticias à 5 anos.

- Nossa Spastis que sorte que você mora no mesmo lugar ainda.
- Eu não moro aqui Iggy, eu só estou de passagem.
- Então que sorte eu ter te encontrado.
- Ou não!
- Pare de ser pessimista guria. Eu não vou ficar por aqui, to rodando o mundo ainda, só queria te ver, ver se está bem e te contar um segredo.
- Segredo?
- Uhum, que eu ainda te amo e isso vai ser pra sempre.
- ...
- Quando você estiver sozinha sem nada pra te erguer se agarre à isso.

Balancei a cabeça positivamente, lágrimas embaçando a minha visão. 

Só percebi que não era um sonho quando ele deu a mão pra namorada e entrou no carro.

Não me importei. Algumas coisas são melhores do jeito que estão.
 Eu tenho algo para me agarrar e isso está ótimo e vai ser assim pra sempre.